quinta-feira, março 09, 2006

Terrorismo poético

E num pequeno papel em minhas mãos, lá estava uma fascinante maneira de subverter o cotidiano; de satisfazer meus desejos inconvenientes, abandonados em alguma parte da psique que nas noites de insônia pareciam tão reais, tão sinceros que daria minha vida por eles. Esse foi o meu primeiro contato com o terrorismo poético. Um contato que incentivava minha coragem oprimida por toda convenção de um dia ser alguém. É necessário escolher métodos lícitos, é necessário segurança, é necessário calar-se para fingir ser alguém são, é necessário ser omisso algumas vezes, a maior parte delas... E assim você morre vivo por alguém que escolheu ser.
Eu quis o terrorismo poético por uma palavra que poderia ouvir, o quis por um olhar que podia receber. Eu o quis porque pensei que não fosse única, e assim haveria outros que como eu não estavam satisfeitos, esperando um toque do TP para despertarem. Além da rebeldia juvenil, do ego, da sede desesperada por individualidade, encaro o terrorismo poético como uma busca por identidade comum. Por um “pertenço a algo” quando olho no espelho. Não, não se afastem, não corram atrás de ninharias egocêntricas, necessito de vocês por perto, o terrorismo poético necessita de diálogo.

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