domingo, fevereiro 12, 2006

Estréia de Lola Kahlo

Como vício, mania, auto-engano; é necessário escrever. É necessário virtualmente expandir sua vida que não vale nada senão por sua projeção. É necessário fazer contatos em busca de esperança e um pouco de calor. Numa cidade privada, de existências praticamente terceirizadas (paradoxalmente mais individual) sobrevive-se. Não! Eu não quero mais um texto agressivo encaixando-se numa das mil e uma fórmulas de ser contra o “sistema”. Eu não quero a palavra “sistema”, eu não quero a palavra “padrão”, muito menos a palavra “massa”. E é preciso ter coragem para se tornar íntimo, para ver que às vezes o preço do pão e o que isso interfere na vida de tantos vale mais que um tratado de filosofia... Estar próximo... Não distante, dissecando a sociedade como um animal em formol em termos científicos, técnicos, históricos, psicológicos. Que existam! Mas que não nos percamos neles. E nos voltemos para o olhar, palavras, aperto de mão, conhecimento daqueles que estão ao nosso lado, compartilhando nossa realidade.


Contra tudo que não é íntimo.

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